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1. Os Pássaros Estão Estragados
2. Fuga
3. Eduardo
4. Embalo Apagado
5. A Cadeira do Bonifácio
6. Resíduos de uma Saudade Esquecida
7. Uma Voz entre as Cinzas
8. Professores de Pássaros
9. Epílogo: Os Pássaros Estão Estragados
10. (Extra) A Última Viagem de Marco Polo
Composição, Viola d’arco, Voz e electrónica: José Valente.
Voz nas faixas 4 e 9: Ricardo Seiça.
Sonoplastia nas faixas 1, 6 e 10: Pedro Adamastor.
OS PÁSSAROS ESTÃO ESTRAGADOS, influenciado por um texto com o mesmo título de Afonso Cruz, do livro “A Boneca de Kokoschka”, Quetzal Editora.
Na concepção visual deste projeto musical, na sua apresentação gráfica e videográfica que vai acompanhar a sua exibição pública, foram utilizadas imagens de obras ou detalhes de obras de:
António Olaio [www.antonioolaio.com] | Marta Bernardes | Paulo Mendes [www.paulomendes.org] | Pedro Bandeira [www.pedrobandeira.info] | Realização vídeo e montagem: Israel Pimenta e Paulo Mendes
Design: Joana Monteiro
Agenciamento: Murmürio Booking
Gravado no Attack – Release Studio, por João P. Miranda
Produção: José Valente e João P. Miranda
Pré-produção: José Valente e José Martins
Produção Executiva: Jacc Records
Este trabalho contou com o precioso auxílio da ADXTUR que, no âmbito do XJAZZ - Ciclo de Jazz das Aldeias do Xisto, apoiou uma residência artística realizada na Áldeia de Álvaro (concerho de Oleiros), entre os dias 26 e 31 de Agosto de 2014.
OS PÁSSAROS ESTÃO ESTRAGADOS
A ideia de que os pássaros não voam para a liberdade quando lhes abrimos a porta da gaiola não é só um facto que podemos experimentar com o canário da nossa tia, é algo que acontece todos os dias, connosco, de uma forma ou de outra. Na verdade, conformamo-nos com a realidade em que vivemos, a nossa gaiola, e somos incapazes de a recusar. Até porque isto nos parece uma impossibilidade: negá-la. Mas a realidade faz-se precisamente daquilo que não é real, daquilo que hoje ainda não é possível mas que será uma realidade no futuro. Tememos esse passo. Se nos abrirem a gaiola, votamos nas mesmas pessoas, encostados às grades da gaiola onde sempre vivemos, receamos a mudança, a novidade, uma nova melodia que nos possa fazer experimentar uma felicidade primordial, algo que deveríamos sentir como se fosse a nossa natureza, como se fizesse parte de nós, assim como fazem parte de nós o coração, os ossos, o pâncreas. O céu mete-nos medo. Os discursos políticos, sociais, tem servido para estragarem a nossa essência, tal como o fazem com pássaros em gaiolas. Estragam-nos. Deixamos de arriscar um voo, e, no limite, de cantar. O que o José Valente propõe é um caminho através da música, uma passadeira feita com viola. Da gaiola para o céu. Uns centímetros quadrados de hábitos funestos estão irremediavelmente longe do infinito da liberdade, do céu. E, no entanto, bastava-nos percorrer uns centímetros para poder, de repente, abrir asas e furar nuvens, voar pelo espaço da nossa liberdade, por todas as possibilidades que o mundo fora da gaiola nos oferece. A música é um caminho porque, como na verdade toda a cultura, é redentora, nos eleva, constrói a realidade. Porque a realidade não é o mundo em que vivemos é o mundo que há-de vir. Quando Moisés pergunta a Deus quem deverá anunciar aos israelitas, Deus responde a apontar para o futuro: Eu sou o que serei. Recusar o nosso presente é um dever, porque este presente não é a realidade. É uma gaiola. A porta está aberta e há música à nossa espera. O José está à saída a chamar-nos com a viola.
Afonso Cruz
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